Geovaldo de Carvalho
POLÍTICA E BASTIDORES
Nesse momento em que o Maior São João do Mundo alcançou quatro década, uma das referências maiores da administração do poeta Ronaldo da Cunha Lima, à frente da Prefeitura de Campina Grande, impõe-se uma correção histórica, até em forma de homenagem póstuma.
Indubitavelmente, Ronaldo Cunha Lima implantou o Maior São João do Mundo, com incentivos e divulgação, dando-lhe estrutura quase definitiva com a criação do Parque do Povo, inaugurado em 14 de maio de 1986, quando o poeta preconizou com epiteto do que seria aquela festa dali para frente. Uma inauguração em que se fez acompanhar de grandes figuras, como o senador Humberto Lucena, João Agripino Maia, José Maranhão, dentre outras personalidades, tendo um grande público como plateia.
Até então, havia São João no local, com o velho Palhoção criado na gestão do prefeito Enivaldo Ribeiro, com quadrilhas e outras apresentações juninas. Coisa tímida. Maior estrutura tinham alguns clubes, como os Caçadores, que no período promoviam também os festejos.
Na verdade, a expressão “Maior do Mundo” surgiu em uma reunião de trabalho, quando o então prefeito recebeu o projeto do futuro Parque do Povo, que havia pedido ao secretário Edvan Leite. Achou o protótipo acanhado, ainda tipo “palhoção”, e explodiu:
– Isso não, Edvan! Eu quero uma coisa grande. Afinal, vai abrigar o Maior São João do Mundo!
Em seguida. veio toda a estrutura que hoje se conhece.
Ronaldo, atendendo à “sugestão”, profissionalizou, construindo a Pirâmides, ampliando a estrutura e estabelecendo uma programação de primeira ordem, de modo a atrair o público, não apenas de Campina Grande, mas de todo o País, à medida em que a divulgação ia se ampliando e informando ao Brasil que em Campina se fazia o “Maior “São João do Mundo”.
Óbvio que, de Ronaldo até hoje, as administrações seguintes foram, cada uma, a seu modo, aprimorando o evento e atualizando suas estruturas, de forma a atingir o estágio de relevância a que hoje faz jus o Maior São João do Mundo, colocando Campina Grande em destaque no calendário do turismo nacional.
Sim, mas quem seria o idealizador desse evento, que hoje foi consagrado como o maior do País, no gênero?
Foi aquele que eu já classifiquei, em prefácio para uma de suas biografias, como a “Usina de Ideias”, a quem Campina deve tanto: Edvaldo de Souza do Ó!
Por volta de 1981 e 1982, antes da campanha para prefeito, ainda morando no Rio de Janeiro, Ronaldo Cunha Lima quando vinha a Campina Grande passava pela Bolsa de Mercadorias, presidida por Edvaldo, seu criador. O poeta procurava marcar presença na cidade e ouvir o grupo que tinha simpatia por sua candidatura. E sempre marcava ponto na Bolsa.
O almoço, onde o cardápio sempre era o que ele, eleito, poderia fazer por Campina Grande, às vezes, era no Restaurante Panorâmico do Rique; ou no próprio refeitório da Bolsa de Mercadorias.
O público presente era quase sempre o mesmo. Além de Edvaldo, Raimundo Asfora, José Luiz Junior, economista Levi Leite, engenheiro Gleryston Lucena, eu, jornalista Maciel Gonzaga, Raymundo Rodrigues, Ivam Sodré, Pedro Advíncula, Alberto Macedo, dentre outros.
Além das sugestões sobre de que Campina estava precisando e que a futura administração que iria suceder Enivaldo Ribeiro deveria pôr em prática, uma Edvaldo repisava sempre:
– Ronaldo, precisamos fazer um evento em Campina Grande que seja referência para o País. Que atraia as pessoas para cá. Uma cosia bem feita, para que sirva de orgulho da nossa idade. Um grande São João, por exemplo. Coisa marcante!
E Edvaldo não ficava so na ideia. Ele dava exemplos e o mais recorrente era o Carnaval de Olinda. E dizia sempre: veja o caso de Germano Coelho, em Olinda.
Para quem não sabe, se Olinda hoje tem um grande Carnaval, não era assim até o final da década de setenta. Os clubes de Olinda desciam para Recife e abrilhantavam o período de Momo na “Veneza Brasileira”, enquanto Olinda, hoje Patrimônio Histórico”, mergulhava na escuridão do silêncio reclusivo.
Ao assumir a Prefeitura de Olinda em 1979, Germano Coelho, advogado professor, paraibano de Areia do Brejo, determinou que todos os clubes da cidade não fossem mais para Recife, no Carnaval, e que a grande festa de Momo seria lá mesmo, na primeira capital de Pernambuco, coincidentemente, fundada por outro Coelho, o Duarte. E assim, Olinda até hoje mantém um Carnaval de referência.
Modelo sugerido; modelo aceito! Assim Ronaldo comprou a ideia e fez de Campina Grande o Maior São João do Mundo.
Salve Edvaldo!
Reeleição
Eleito deputado estadual com mais de 40 mil votos, o ex-prefeito de Lagoa Seca, Fábio Ramalho (PSDB) tem sido estimulado a buscar, em 2026, uma vaga na Câmara Federal.
Todavia, ele parece não se encantar com o projeto, por enquanto
– Serei candidato, tão-somente, a renovar meu mandato para a Assembleia -, costuma garantir a quem especula.
Desigualdade
Enquanto outros órgãos da Justiça estão inchando e realizando concurso, a Defensoria Pública parece ser o “patinho feio” do sistema.
Há um déficit de defensor em torno de umas 300 vagas, implicando no sacrifício do pessoal da ativa, acumulando Comarcas, uma boa arte deles já na idade de se aposentar.
A balança da Justiça está torta.
Ausentes
Alguns deputados federais que não têm origem política em Campina Grande, têm comparecido mais e até trabalhado pela cidade que alguns parlamentares tidos como da terra.
Pelo menos uns dois riscaram do mapa Campina Grande e so devem se fazer presentes no ano em tentarão a reeleição.
Um so pensa em emendas, por um bom motivo; o outro, o coração, tão decantado, endureceu.
Cotas Raciais
Na próxima semana acaba a validade das cotas raciais no serviço público, mas o Senado já aprovou, em votação simbólica, o projeto que prorroga por dez anos e amplia para 30% a reserva de vagas. para pretos, pardos, indígenas e quilombolas.
A matéria segue agora para a Câmara dos Deputados que, se não chancelar a propositura, as cotas perdem a validade, abrindo brecha para a realização de concursos sem a reserva de vagas específicas para pessoas pardas e pretas.
Sucessão
Tem Cunha Lima concorrendo a uma vaga na Câmara Municipal de Campina Grande, no próximo pleito. Trata-se de Ronaldo Cunha Lima Neto, filho de Ronaldinho e neto do lendário Ronaldo Cunha Lima. E tem cabo eleitoral forte: Dona Gloria Cunha Lima, que tá em campo, pedindo voto pro neto.
Homenagem
O desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, Romero Marcelo da Fonseca Oliveira, foi homenageado no sábado, em Monteiro, pela Câmara Municipal, com o Título de Cidadania Monteirense, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados aquele município.
O desembargador Romero Marcelo é natural de Ipojuca, Pernambuco. Em 24 de abril de 2009, tomou posse como desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba.
Saúde de Cabedelo
Se há um serviço de Saúde que merece destaque, é o atendimento em Cabedelo.
Óbvio, que tem suas falhas, mas está infinitamente à frente do atendimento em relação a outras cidades de maior porte.
É uma estrutura bem montada, atuante e conectada, de modo a suprir a necessidade de quem procura.