O pesquisador paraibano Luiz Fernando Leite (foto), atualmente na Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI), será o novo coordenador do Programa Embrapa-Labex na Europa (Paris) a partir do dia primeiro de agosto deste ano. Ele substituirá o pesquisador Vinicíus Guimarães, da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral/CE). Cinco cientistas concorreram à vaga. A função é uma espécie de embaixador da pesquisa científica agropecuária brasileira no exterior.
Na função por um período de dois anos, Leite vai atuar na promoção de oportunidades de cooperação técnica e científica com instituições e rede de excelência em pesquisa, desenvolvimento e inovação na Europa; elaborar e submeter propostas estratégicas de parceria, representar a Embrapa e a Diretoria-Executiva em eventos, fóruns e reuniões, além de propor áreas e linhas de pesquisa; bem como colaborar com o programa Cientista Visitante e instruir processos formais de acordos e contratos entre a Embrapa e instituições, com o apoio jurídico da Empresa.
Segundo o novo coordenador do Labex Europa, “as possibilidades de cooperação são sempre muito promissoras entre instituições de pesquisa estrangeiras”. O pesquisador destacou como prioridades de sua gestão as “agendas globais, focadas em agricultura sustentável, mudanças climáticas, segurança alimentar e biodiversidade”. Para ele, o potencial da convergência de expertises da Embrapa e de pesquisadores europeus “vai reforçar nossos interesses em vários níveis, inclusive em projetos internos, alimentando o próximo Plano Diretor, induzindo a inserção de novos temas”.
E foi mais além: “A agricultura familiar, por exemplo, carece de conhecimento, principalmente nos biomas como o Semiárido.” A capacitação e o treinamento de pesquisadores, a transferência de tecnologias bilateralmente, projetos de cooperação nas áreas de agricultura digital, edição gênica e saúde única também serão estratégicos em sua agenda”.
O cientista pretende investir mais na integração entre as Unidades da Embrapa, buscando oportunidades para os projetos em desenvolvimento. “A intenção é incentivar o engajamento com o Labex, tanto no que diz respeito à informação quanto à aproximação das agendas para que mais pesquisadores participem”, explicou. Leite destacou que a Europa tem instituições de excelência, com as quais a Embrapa já mantém cooperações, mas ainda há possibilidades de expansão.
Perfil
Luiz Fernando Leite, de 57 anos, nasceu em João Pessoa, na Paraíba, é doutor em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Viçosa (2002) e tem pós-doutorado em Modelagem da Dinâmica da Matéria Orgânica do Solo pelo USDA/Agricultural Research Service (EUA, 2007). Sua ênfase de pesquisa é em Manejo e Conservação do Solo, atuando principalmente em saúde do solo, dinâmica e modelagem da matéria orgânica do solo e dinâmica e transformações no uso da terra. É consultor ad hoc CNPq/Fapesp/Fapepi e vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura 2015 com o livro “Agricultura Conservacionista no Brasil” e autor do livro “Solos Sustentáveis para a Agricultura do Nordeste”. Foi chefe-geral da Embrapa Meio-Norte de 2013 a 2021 e coordenador e coordenador-geral de Conservação do Solo e da Água no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de 2021 a 2022. Desde 2023, é diretor da Divisão Científica 3 “Uso e Manejo do Solo” da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
Labex-Europa
Em 2001, foi criado o Labex–Europa, em parceria com a Agrópolis, em Montpellier, França. O Labex-Europa tem se expandido para laboratórios na Holanda e na Inglaterra. Nesses laboratórios, as áreas de pesquisa são: tecnologia avançada, tecnologia agroalimentar e agroindustrial, tecnologia de conservação e manejo sustentável do meio ambiente.
Labex-EUA
O programa Labex teve sua primeira implementação em 1998, nos Estados Unidos, o qual tem como principal parceiro o Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Desde então, as pesquisas no Labex-EUA têm focado nas áreas de nanotecnologia, recursos genéticos, sanidade animal, mudança climática global, utilização de novos produtos agrícolas, modelagem, controle integrado de pragas, agricultura de precisão e segurança alimentar.