“Pedro de Zabé”, vereador caririzeiro, era uma figura querida, porém folclórica, conhecida por suas gafes e pela ausência prática do estudo que dizia ter. Dizia-se “engenheiro de Minas”, porém, era incapaz de distinguir alumínio de papel.

Não muito afeito ao vocabulário, vez por outra era alvo da brincadeira de amigos e adversários, com supostos elogios que fugiam a sua compreensão. Quis quebrar um bar, certa vez, quando alguém na mesa, em papo informal, classificou-o como exegeta. Acalmado, encerrou a discussão devolvendo a “ofensa” ao agressor:

– Exe… exe…esse coisa aí, é a tua mãe!

No dia-a-dia da Câmara também tinhas seus martírios, com as gozações sobre seus pronunciamentos e apartes. Certa vez quis dar um título de cidadania a “Data Vênia”, cidadão que ele disse desconhecer pessoalmente, mas que era sempre lembrado pelas altas autoridades. Um colega o aconselhou a retirar a propositura, convencendo-o, a muito custo, que o “senhor” “Data Vênia” era um santo, portanto, so Papa poderia homenageá-lo.

Muito cordato, mas às vezes perdia as estribeiras, quando no dia em que chegou à sessão todo molhado e assustado. E, justificando-se na tribuna, revelou: “é que eu peguei uma chuva de granito!”
Um colega não perdeu a deixa:

Cuidado, Pedro! Vai que cai um pia na tua cabeça…

Fechou o tempo!