Geovaldo de Carvalho
POLÍTICA E BASTIDORES
Parodiando um título de Gabriel Garcia Marques, como uma “crônica de uma lamúria anunciada”, todo ano é a mesma coisa quando se anuncia a relação dos cantores que irão participar do São João de Campina Grande. Não so os eternos inconformados, bem como, alguns desses “valores” da música que se consideram suprassumo do forró tradição. Ficou de fora, reclama!
Além de lamentarem a ausência do verdadeiro “forró”, direcionam seus mísseis contra os sertanejos, piseiros e outros eiros que estão na crista da onda e que se apresentam nesses festejos.
Ai eu pergunto: qual tradicional festa de São João, hoje no País, que não apresenta essa miscelânea, sem se ater propriamente ao forró tradicional? Óbvio, igualmente, que com a privatização de alguns eventos, o critério dos organizadores é o sucesso atrelado à lucratividade. Se consegue lotar um Parque do Povo, colocando só os forrozeiros tradicionais no Palco Principal?
Há um público jovem adepto dos gêneros que estão na onda. Além disso, o chamado forró tradicional deixou há muito de produzir grandes peças musicais que ficaram na saudade dos mais velhos e no esquecimento dos mais novos.
No Parque do Povo, também estão esquecendo, que há a ilhas de Forró e barracas outras com muito forró, por novos talentos tocando velhos sucessos. Há espaço para todos os ritmos, hoje, na era da diversidade.
Ademais, Flavio José, Jorge de Altinho, Dorgival Dantas estão sempre presente, representando bem o que há de melhor no forró.
O resto é mimimi, que se repete todos os anos, com invulgar pontualidade.