Geovaldo de Carvalho

Eis que ele me contou:

– Não entendo o motivo de muitos homens gastarem tempo e verbo queixando-se das esposas.

Em casa, durmo sossegado e nunca fui convocado, à noite< para arrastar móveis para lá e para cá. Depois puxar o pesado sofá porque a mulher entendeu que ele não estava no lugar correto, embora o troque de posição diariamente.

A minha reconhece que sou alérgico a fumo e não vai para a cama com o cigarro. Nunca terminei uma arrumação de troços e, quando cansado, cambaleando, atirei-me na cama… so que a cama não estava no lugar. Houvera sido  removida para outro quarto por que “era mais ventilado”. Isso comigo nunca aconteceu!

Quando ele recebe uma correspondência minha,   não fica a matutar, estudando a letra da remetente: “De quem será essa carta?”… Quando me pede dinheiro para comprar alguma coisa, volta sempre com o troco, dizendo que encontrou “uma promoção”. Não compra a crédito para depois me avisar do débito a saldar. Nunca fez isso!

Minha mulher é uma santa!

Entende de mecânica e nunca ligou para o meu trabalho, dizendo que o carro que quer pegar. Ela levanta o “capu” e aperta a vela certa. Também nunca derrubou a porta da garagem!

Quando nós vamos sair ela se apronta num minuto. Nunca fiquei duas horas repetindo: “estamos  atrasados! Para ela, com a calma de duas horas atrás, retocando a maquiagem, responder: “Espere so um minutinho. Tou indo!”

Nunca fiquei segurando um pesado quadro, recém-operado,  enquanto ela,  fica pensativa escolhendo o melhor local na parede, com um ameaçador martele no mão, divagar:

“…um pouquinho mais para cá, meu bem…Não, mais um pouco para direita…suba mais! Acho melhor colocarmos na outra parede…”

Minha mulher não desmarca o livro que estou lendo; não faz perguntas óbvias, tipo: “Já acordou?… Esse jornal é de hoje?” Não, minha mulher não faz isso não.

Também nunca jogou fora minha bermuda preferida de domingo e nem levantou-se no meio da noite, para indagar: “Está ouvindo passos?”….

Também nunca me deixou sem jantar, com o clássico “pensei que você não viria agora”. Nunca ficou vendo novela enquanto o leite derrama. Jamais a pilhei no telefone, com aquelas futilidades com as amigas, tipo: