Convidado para homenagear o escritor e ex-governador da Paraíba, José Américo, em um evento literário a ser realizado em João Pessoa, o ex-deputado federal Raymundo Asfora chamou o amigo José Maria de Queimadas, para acompanhá-lo.

No dia, com o evento marcado para as 20 horas, Asfora e “Zé Maria de Queimadas” saíram de Campina Grade logo cedo, por volta das 16 horas.

Poucos quilômetros após pegarem a BR-230, a dupla divisou às margens, uma casa afamada por servir bebidas e “outras delicias”. Paragem conhecida da dupla. A visão despertou a sede:

– Vamos tomar uma para esquentar? – indagou o tribuno.

– E por que não? – concordou Zé Maria.

E lá se foram muitas cervejas e algumas horas… Quando deram por si, os ponteiros se aproximavam da meia-noite.

Eita, e agora?! – explodiu Asfora.

O tribuno sabia que o velho não iria lhe perdoar por tamanha desfeita.

Evento perdido, continuaram a farra madrugada adentro.

Passa o tempo e Asfora fica receoso de comparecer a qualquer evento na capital, com risco de encontrar José Américo.

Muito tempo depois, alguém convida Asfora para a inauguração de um banco, em João Pessoa. Na época, um evento importante para a economia do estado.

Para azar de Asfora, que dessa vez não desviou sua atenção da estrada até chegar a João Pessoa, quando adentrou ao recinto, reconheceu a voz do orador que falava à plateia presente. Tremeu nas bases. Era José Américo! Procurou ficar no meio do povo, incógnito. Em vão!

Ao vê-lo no recinto, o Solitário de Tambaú não perdoou e soltou o veneno:

– Diviso no meio da multidão presente, o grande poeta e tribuno Raymundo Asfora, esse patrimônio de Campina Grande!

Que só desce a Serra quando a festa é de dinheiro…

Amigos e compadres que eram, depois dessas, foram anos de relações cortadas.