Por Emir Candeia

A militância do Partido dos Trabalhadores na Paraíba (PT) tem demonstrado um padrão contraditório ao lidar com a questão da idade de seus quadros mais experientes. Dois casos recentes ilustram bem essa incoerência: o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva 78 anos e o do deputado federal Luiz Couto com 80 anos.

O presidente Lula, protagonizou nos últimos meses uma série de deslizes públicos. Trocou o nome do presidente francês Emmanuel Macron pelo do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Confundiu o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, com o ex-governador Sérgio Cabral. Agradeceu à África quando afirmou que, apesar da “desgraça”, a vinda forçada de africanos teria causado um “efeito positivo”: a miscigenação. Também minimizou uma operação da Polícia Federal que desbaratou um plano de assassinato contra o senador Sergio Moro, chamando o caso de “armação”. Em relação à guerra da Ucrânia, Lula afirmou que o país invadido seria tão responsável quanto a Rússia, e declarou ainda que o autoritarismo na Venezuela seria “uma narrativa”, relativizando inclusive o próprio conceito de democracia.

Apesar da frequência e gravidade desses episódios, a militância petista ignora ou minimiza os sinais de desgaste cognitivo. A idade de Lula é tratada não como símbolo de experiência, enquanto os que o cercam parecem assumir protagonismo crescente nas decisões, aproveitando-se da fragilidade do líder para expandir sua própria influência.

Contrastando com esse tratamento, o deputado Luiz Couto, com 80 anos e mais de duas décadas de serviços prestados ao partido, enfrenta resistência dentro da própria legenda para concorrer à reeleição. Segundo relatos do próprio parlamentar, parte da militância estaria usando sua idade como argumento para inviabilizar sua candidatura, numa prática clara de etarismo.

Essa disparidade revela que o critério não é técnico nem ético — é político. A militância petista, ao proteger Lula e atacar Couto, pratica dois pesos e duas medidas.

O respeito à trajetória e às limitações naturais do envelhecimento deveria ser aplicado com justiça, e não conforme os interesses do momento. A militância que hoje silencia diante das fragilidades do presidente, mas descarta um veterano como Luiz Couto por motivos semelhantes, perde legitimidade para falar em inclusão, respeito e democracia interna. escrito por Emir Candeia Gurjão, as 06:55 horas do dia 23 de maio de 2025. foi no dia 23 de maio de 1963 que Fidel Castro recebeu o titulo de herói da União Soviética