Tarcisio Burity estava no auge de sua carreira política, no exercício do governo do estado pela segunda vez, quando foi visitado, tarde da noite, por um conhecido empresário pessoense, interessado em fazer a corte ao Poder.
O então governador estava ao piano, dedilhando, com perfeição, as cantatas de Bach. O empresário olhando, meio espantado com o estado de êxtase do pianista. No meio de “Jesus Alegria dos Homens”, Burity parou, de repente, e virando-se para a visita, perguntou:
– Você gosta de Bach?
E a visita, meio hesitante, respondeu a seu modo:
– Gostar eu até que gosto, governador, mas a essa hora acho que não tem nenhum bar aberto não.