Nesta terça-feira, 8 de outubro, a sede da campanha de Jhony Bezerra (PSB) foi palco de um anúncio que não surpreendeu quem acompanha a política de Campina Grande. A vereadora Jô Oliveira (PCdB), reeleita nas eleições deste ano, formalizou sua adesão ao candidato oposicionista Jhony Bezerra. Um gesto que não pode ser classificado como inesperada, mas sim como muito previsível. O que estamos presenciando não é uma virada de jogo, mas o “anúncio do óbvio”.

Jô Oliveira sempre esteve alinhada ao grupo político do governador João Azevedo, grande padrinho de Jhony Bezerra. Seu apoio ao socialista na disputa pela prefeitura de Campina Grande é uma consequência natural de suas posições e histórico político. Jô pertence ao campo da esquerda e, nesse contexto, a adesão a Bezerra é mais uma continuidade do que uma novidade.
Futuro de Inácio
Seguindo a mesma linha de raciocínio, é igualmente esperado que outras figuras da esquerda local façam o mesmo movimento. Inácio Falcão, ex-candidato a prefeito pelo PCdoB e também esquerdista de longa data, provavelmente será o próximo a “surpreender” o eleitorado com sua adesão a Jhony Bezerra. Não será, portanto, um choque quando o candidato socialista celebrar essa nova “conquista” com estardalhaço.
Quem acompanhou os debates da eleição municipal sabe que Inácio Falcão já tinha uma postura alinhada com o grupo político de João Azevedo. Logo, sua provável adesão ao projeto de Bezerra será tão somente apenas mais um capítulo no livro de alianças previsíveis do campo da esquerda em Campina Grande.
O que se observa, contudo, é uma tentativa de transformar o que é velho e sabido em algo novo e impactante. Jogadas como essas, que buscam inflar alianças já esperadas, subestimam a inteligência do eleitor campinense. O eleitorado de Campina Grande, atento e crítico, não se deixa impressionar facilmente por anúncios que, na verdade, apenas reiteram o que já estava claro desde o início. Ao tentar transformar o óbvio em novidade, a campanha de Jhony Bezerra pode acabar enfrentando o risco de soar desconectada da realidade política da cidade.