No governo João Agripino, o médico e o ex-deputado Paulo Soares e Jonas Leite Chaves foram a Itaporanga para inaugurar um Posto de Saúde. Ambos filho da terra, sendo que Jonas, que foi algumas vezes deputado estadual na Paraíba, radicou-se depois no Paraná, estado pelo qual o irmão, François Leite Chaves, foi senador por dois mandatos.
Inaugurado o posto, depois da festa, o retorno. Embarcaram no fim da tarde num monomotor do governo, caindo aos pedaços. Muitos amigos e familiares foram levar os dois até um terreno baldio acidentado, improvisado como campo de pouso e decolagem.
Quando o avião decolou, Paulo, de pequena estatura, viu que a aeronave não pegava altura; encolheu-se todo no assento e vaticinou para Jonas:
– Não vai subir!
O que se ouviu em seguida foi uma pancada seca e a queda! O avião bateu no galho de um juazeiro que levou toda parte superior da fuselagem, enquanto o resto saiu se arrastando com o motor ligado, destruindo toda plantação de milho, da propriedade de Luiz Loureiro, parente de Paulo.
Depois do susto, constatou-se, por milagre, ninguém ferido. Paulo e Jonas voltaram e foram à Sorveteria, Bar do Valter, comemorar a “nova vida”, ante a curiosidade da cidade com o inusitado acidente.
No dia seguinte o governo mandou outro avião para pegá-los. Antes de embarcar de volta, a dupla saiu se despedindo de alguns amigos da cidade. Paulo foi à casa de Luiz Loureiro, dono da área onde caira o avião. Cumprimentou-o e explicou como conseguiu escapar com vida:
– Eu nasci de novo, seu Luiz! – exultou.
Luiz Loureiro, olhando o baixinho de cima abaixo, lamentou:
– Veja como são as coisas: um traste como você, desse tamanho, escapou ileso do acidente. Já eu perdi todo meu milharal. Por favor, da próxima vez leve essa geringonça para Piancó!